Arquivo do dia: março 19, 2012

#4 – O diário de um jornalista bêbado – cartazes.



(Adriano Mariussi Baumruck)

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#4 – O diário de um jornalista bêbado.

Sinopse:

Em meados de 1960, Paul Kemp (Johnny Depp), um alcoólatra divorciado e romancista, foge para San Juan, Porto Rico, onde trabalha como um réporter para um jornal. Rapidamente faz amizade com um rapaz do local, e juntos vivem uma vida feliz de rum e alucinógenos até que um desenvolvido esquema de corrupção em que estão envolvidos entra em colapso.

Fonte: www.filmow.com

Trailer:

Opinião:

E o camaleão ataca novamente, só que dessa vez, sendo ele mesmo. Sabe quando você resolve assistir a um filme pois gosta ou de um ator específico, ou de um diretor específico? Bom, “O diário de um jornalista bêbado” pra mim foi assim.

O filme tem roteiro adaptado da obra homônima do escritor Hunter S. Thompson ( que dentre outros livros, escreveu o que também virou filme: “Medo e delírio em Las Vegas”), que tem como característica principal jogar-nos em um turbilhão frenético de ações e situações bizarras, tudo isso regado com muito álcool e alucinógenos. Porém, esse filme tem um ponto que foi para mim uma grata surpresa.

Diferentemente de “Medo e delírio em Las Vegas”, que apresenta uma narrativa um tanto quanto alienante, pois os personagens só estão interessados em encherem suas cabeças com drogas, rock and roll e diversões baratas em cassinos deslumbrantes e claustrofóbicos; “O diário de um jornalista bêbado” mostra de maneira singular as mazelas sociais em uma região do mundo tão pobre e vulnerável que era Porto Rico nos inícios dos anos de 1960.

Dessa maneira, podemos comparar os dois filmes, pois vemos o panorama histórico sendo passado de uma maneira muito interessante: de um lado vemos os jovens americanos rebelando-se contra os absurdos da Guerra do Vietnã, através de manifestações artísticas e comportamentais como o rock and roll e o uso descontrolado de substâncias alteradoras dos estados da mente ; e em outro filme vemos como os mesmos americanos tentavam controlar uma área que para eles era uma espécie de parque de diversões e a miséria da população local era somente mais um atrativo.

Outra surpresa (só que dessa vez bem mais previsível) foi ver como que o filme manteve a mesma linha de humor ácido que Thompson utilizava em sua literatura; porém, mostrando-nos como que a imprensa da região, a mando de empresários multimilionários e manipuladores, controlava toda a informação que era colocada nos jornais. Isso fazia com que desde o horóscopo até a parte de notícias internacionais, fossem tratadas da mesma forma: como lixo!

Por fim, devo dizer que o trabalho de Johnny Depp está bem diferente do que nos acostumamos. Ele esta sem nenhuma maquiagem e fazendo um papel que vale por si só, ou seja, não lembra nenhuma outra de suas tão boas (mas tão parecidas) atuações, os resquícios dos outros “eus” do ator parecem ter ficado para trás. Além disso, a direção de Bruce Robinson atua sem grandes excessos, fazendo com que por horas sejam despertas algumas risadas, e em outras, a nossa consciência e visão social.

Mesmo sendo um filme deveras morno, “O diário de um jornalista bêbado” é uma boa pedida para quem gosta da obra de Thompson e/ou para quem gosta do trabalho de Johnny Depp. Boa pedida e boa diversão!!

(Adriano Mariussi Baumruck)

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